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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Cães e crianças criados juntos

Esta é uma parceria que tem tudo para dar certo: os cães, pelo próprio sistema de organização do mundo canino, são naturalmente propensos a proteger e cuidar das crianças, já que elas são os filhotes humanos. E os filhotes são sempre protegidos pelos membros de uma matilha. Infelizmente, há muitas histórias envolvendo estes personagens. Algumas delas são histórias simples, sem nenhuma gravidade; outras, porém, contam dramas horríveis de crianças atacadas cruelmente e, muitas vezes, mortas por cães.
É preciso analisar imparcialmente os vários lados desta questão para poder entendê-la e tomar as devidas providências para evitar problemas.

Cães e crianças na mesma casa

É bastante comum que em casas que têm crianças também existam cães. Porém, nem sempre criar cães e crianças juntos é fácil. O problema se instala pelo fato de haver uma grande confusão entre as características e necessidades desses dois filhotes: o humano e o canino.
Mesmo quando temos uma criança crescendo junto com um cão adulto, podemos observar como certos pais não conseguem  discriminar as diferenças. Percebe-se claramente que tais humanos esperam que seus cães tenham o discernimento próprio aos humanos e, não vêm que eles agem  segundo regras e características próprias à espécie canina.
Analisando:

Desenvolvimento

É bastante difundida a idéia de que cada ano canino corresponde à 7 anos humanos. Isto, no entanto, não tem qualquer valia se não sabemos de fato o que isso significa. Na verdade, este fato está longe de ser uma verdade absoluta. A maturidade de um cão é atingida em épocas diferentes para cada raça dependendo diretamente do porte. Cães pequenos e minis tornam-se adultos por volta dos 12 meses . Já os cães de raças grandes e gigantes demoram mais para atingir a maturidade: alguns só tem seu pleno desenvolvimento aos 3 anos.
Portanto, enquanto com seu filhote humano você tem de 15 a 20 anos para educá-lo, seu filhote canino tem muito menos tempo para ser adestrado. E, para você ter um cão adulto equilibrado é preciso colocá-lo na linha o quanto antes. Você precisa ser um líder claro e justo e dar limites assim que ele chega à sua casa.  Além do tempo limitado, os cães não tem a nossa racionalidade. O raciocínio canino tem características completamente diferentes do nosso. Para educá-los é preciso usar uma linguagem que eles entendam, que é totalmente diferente da que você usará com seu filho.
Num ponto há uma grande concordância: Tanto num caso como no outro é absolutamente desaconselhável fazer concessões para obter a simpatia. O que eles precisam é de alguém que zele por eles, mesmo que, para isso, seja preciso contrariá-los e impor limites.

Nem toda mordida é uma agressão

Esse ponto deve ser  abordado tanto para o cão adulto como para o filhote.  Quando estamos tratando de um filhote, é fundamental lembrar que eles brincam com as crianças da casa exatamente como brincavam com seus irmãos de ninhada. As mordidas surgem naturalmente sem nenhum contexto agressivo. Para piorar, há crianças que se deixam ser mordidas como o “preço” por brincar com o cão. Vejam, essas mordidas não devem ser encaradas como sinal de agressividade mas, nem por isso devem ser toleradas. É preciso educar esse cão a não morder e, ao mesmo tempo deve-se ensinar as crianças a não se deixarem morder. Muitas vezes essas crianças falam que não se incomodam mas mesmo assim este comportamento não deve ser permitido.
Um outro aspecto que deve ser considerado é que os cães não tem dedos articulados e, com isso, sempre que eles querem “pegar” alguma coisa, eles usam a boca. Muitas vezes o cão quer puxar a criança para junto dele ou mesmo levá-la a outro lugar e ele usa o único instrumento que dispõem: os dentes. Mais uma vez não há qualquer agressão aqui.

Para os cães adultos, é fundamental falarmos um pouco sobre a organização da matilha. Na matilha, todos os adultos são responsáveis pela educação e proteção dos filhotes. Quando um adulto quer reprimir um filhote - para que ele pare com um comportamento indesejado – ele pressiona seus dentes no focinho do filhote. Essa pressão é leve pois a intenção é contê-lo, não machucá-lo. Quando cessa tal comportamento a mordida também acaba. Da mesma forma podemos ter nosso cão tentando evitar que o bebê se exponha ao perigo, ou mesmo que a criança lide com o próprio cão de forma mais gentil.

Não é incomum que as crianças machuquem os cães quando brincam. Sendo mais desajeitados que os adultos, algumas crianças abraçam os cães de forma a sufocá-los.  Em vários casos vemos que tais cães já tentaram tudo antes de chegar à mordida. Apesar de esta mordida ser tomada por agressão, ela nada mais é do que o cão educando a criança. Ele está mostrando a ela que não gosta daquela atitude e, a menos que a criança volte a incomodá-lo, ele não  a machucará novamente.

É sempre importante lembrar que o cão age dessa forma muitas vezes por estar assustado. Ao se ver amassado no colo e sufocado num abraço, ele age por instinto.

É preciso ter bom senso. O mais comum é tratar o cão como vilão, mas a coisa não é bem assim!! Não se pode rotular um cão como agressivo pelo fato de não querer ser machucado. Em linguagem clara, um cão quando quer realmente machucar deixa bem mais do que algumas marcas na pele!!


Tão importante quanto acostumar o cão à presença da criança, é ensinar a criança a ter respeito pelo cão. Ele não é um brinquedo nem um saco de pancadas! Se ele não gosta de ficar no colo, a criança precisa respeitar isso. Se os pais não conseguem ter esse tipo de atitude, acreditando que a criança deve ter prioridade em todas as questões, talvez seja o caso de esperar que ela cresça um pouco mais antes de ter um cão. Crianças mais velhas costumam entender melhor as regras e são mais jeitosas com os animais.



Fonte: Dicas Peludas



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