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terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Profissão "Adestrador": exigências mentais e físicas e a ética profissional

 A PROFISSÃO “ADESTRADOR”

Um adestrador intitula-se “profissional”, quando, no exercício das suas funções (alteração do comportamento dos cães através de processos ritualizados), tem rendimentos e/ ou honorários por essa atividade.
Tendo em conta que agrada ao adestrador o contato com o cão e sendo este o objeto essencial do adestramento, deve ter capacidade de lhe transmitir as suas sensações, conduzi-lo no dia- a- dia, cuidar de sua higiene, em alguns casos também do transporte e, principalmente, controlar-lhe os comportamentos não desejados.
O ambiente das sessões de treino poderá ser, em muitos casos, adverso por ter que se  trabalhar muitas vezes sob rigorosos dias de intempérie. O frio, a chuva, o calor e a sede são os “companheiros” sempre presentes nas sessões de trabalho. Como adestradora sei que é essencial gostar muito do se faz para poder aguentar o ritmo de trabalho que, em alguns casos é altamente esgotante, mas também bastante gratificante.
Um fator fundamental  a analisar é o de que o adestrador deve ser visto como “o amigo do cão”. De um trato adequado, com respeito e lisura pelos proprietários, clientes e colegas depende, em grande parte, o futuro de um adestrador, sendo esta outra área importante da sua própria imagem pessoal. A seriedade, educação, honestidade e pontualidade, não sendo qualidades inatas, são de grande  importância serem adquiridas e elaboradas pelo profissional, se quer que sua atividade tenha êxito.

As exigências físicas
A condição física pessoal, inerente ao trabalho com cães será a ideal quando não interfiram no desenvolvimento das variadas tarefas que se apresentam, ou pelo menos, permita enfrentar, apesar das limitações físicas, os objetivos traçados. Apesar disso, a coordenação mental, capacidade motora e o sentido espacial reduzirão a possibilidade de estragar um trabalho devido a falhas físicas.
Outro fator a ter em conta é o risco de sofrer arranhões, mordidas ou acidentes. O adestrador deve tomar as devidas precações que recomendam o senso comum. É inevitável  a sensação de nos sentirmos “presas” quando enfrentamos pela primeira vez a boca e os respectivos dentes de um cão. A preparação física e o conhecimento do animal ajudam a reagir de forma adequada a cada situação.

As exigências mentais
Os adestradores com alguma experiência conhecem a importância da paciência nesta atividade. Ela pode levar a uma evolução totalmente desejável no trabalho com o animal, enquanto a pressa irracional só acabará em maus desempenhos, perda da relação com o cão e não alcance dos objetivos traçados.
A paciência e a tenacidade são duas das virtudes mais valorizadas nesta atividade. Não será um bom adestrador quem não for paciente nem quem desista ao primeiro revés. Também não o será se não for inteligente, bom observador, persistente e que não saiba raciocinar fria e logicamente. Não deverá igualmente desistir à primeira mordida de algum aluno mais impulsivo. A capacidade de observação permitirá ao adestrador apreciar adequadamente os fatores que rodeiam a evolução do trabalho cotidiano.
Uma boa dose de resistência psíquica colocará a salvo as frustrações cotidianas com que se depara o adestramento. Deve-se enfrentar os problemas de maneira mais racional possível dando, a cada um deles, a resposta mais adequada.
Por último deve-se insistir em manter a liderança absoluta na estrutura hierárquica na relação adestrador-cão.

Ética profissional
A partir do momento que uma pessoa  é qualificada como Adestrador e começa a cobrar pelos seus serviços, estará atuando como um Profissional. Como em todas as profissões, nesta também deve existir uma ética profissional. Por não estar regulamentada, esta profissão presta-se a todo tipo de oportunistas, moralmente mal formados e charlatães.

Em todas as profissões encontramos pessoas mais ou menos qualificadas e que se intitulam de “profissionais”. A diferença entre o bom profissional e o charlatão está na qualidade dos seus trabalhos, finalizados com êxito, dentro do respeito e ética. Por ser uma profissão relativamente nova, faz com que a fiscalização do trabalho, por parte do cliente, seja quase nula. A transparência no processo de adestramento, de modo a evitar abusos e enganos, está sujeita à moralidade do profissional.
Se o adestrador possui um conceito claro do que é a moral, só aceitará um trabalho que seja capaz de realizar e que esteja dentro do que aprendeu na sua formação. Rejeitará as tarefas para as quais não se sinta capacitado e não terá problemas em mostrar limitações. Outro pecado capital é a crítica maldosa a ouro colega de profissão. Quando se procede dessa forma, todos perdem.
Finalmente, o que o cliente espera de um profissional é que o seu cão se converta num amigo obediente, amável e educado. Num guardião e defensor de sua família, companheiro de vigilância e patrulha, participante de salvamentos, os olhos de um cego, consolo e ajuda na velhice, etc.

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